Integrada na 8ª edição do Bairro das Artes, “Lifeline Series” Rui Soares Costa apresenta os seus mais recentes desenhos como que reproduzindo o movimento de um sismógrafo que, ao invés de registar os tremores da terra, representam as variantes biorítmicas de um corpo, o seu. Centenas de linhas, cada uma simbolizando um determinado momento da vida, tendem a aproximar-se, sem nunca, porém, se tocarem o que reforça, quando olhamos a mancha na sua totalidade, a percepção vibratória do desenho.
São inúmeras as relações entre o Desenho e a Filosofia, assentes sobretudo nesta intenção de revelação da essência, muito presente em “Lifeline Series” e na forma como Rui Soares Costa aborda o processo artístico e tenta compreender o mundo, o Homem e a Humanidade. A linha, forma mais simples do gesto, desenhada com uma caneta de expressão quase inexistente, o comportamento fisiológico que da linha se depreende, essa tensão entre corpo e cognição, o pensamento subjacente nestas quase linhas rectas, que, por definição, procuram o caminho mais curto, o tempo que se pressente ter existido durante a criação deste desenho, induzem também a outras reflexões.
O “Bairro das Artes — A rentrée cultural da Sétima Colina de Lisboa” é uma organização da Isto não é um Cachimbo. Associação.