Em «Variações» Ana Portugal apresenta os seus mais recentes trabalhos na área da Arte Digital, processo iniciado em 2005 na sequência do Curso de Arte e Multimédia que está a frequentar na Universidade da Madeira. Partindo de registos fotográficos, a imagem sofre uma profunda transformação recorrendo ao uso do computador na concepção e construção dos objectos artísticos, colocando-o ao serviço da sua criatividade. Contudo, o paradigma de Arte Digital assume, no caso de Ana Portugal, uma vertente ainda mais específica uma vez que, mediante o pretendido, a autora trabalha as imagens a dois níveis. Em algumas situações há transformações de cor e forma, usando os métodos tradicionais de pintura e serigrafia, tendo como suporte o digital. Em outras, porém, a imagem é criada através de um conjunto de “ordens”
fornecidos a um programa de computador, à semelhança de um pintor que na sua tradicional paleta mistura as tintas e os médios. Entramos, neste caso, no campo da Software Art em que o artista cria o seu objecto de arte através de de uma linguagem lógica de léxico e gramática restritos – uma linguagem de programação – e de um algoritmo – sequência de instruções que podem ter um carácter aleatório ou predefinido pelo próprio artista. Este novo género de Arte Digital tem assumido, em particular desde o final da década de 90, um papel importante na definição de novos paradigmas da Arte, suscitando inúmeras reflexões nos contextos culturais da sociedade contemporânea, revelando outros possíveis caminhos para as expressões e práticas artísticas do século XXI.
