Teest PT

Céu e Água

Galeria das Salgadeiras

O guarda-rios

O guarda-rios

Fotografia

40 x 50 / 2005

Um mistério, as fotografias de Helena Gonçalves são também uma revelação e uma surpresa.
Reportam-nos a um espaço desconhecido, mal definido, negro. Os clarões pontuais no imenso negro mostram-nos corpos, figuras em movimento ou estáticas, indiferentes ao fotógrafo. Movem-se sobre a areia da praia ou dentro de água.

Fazem o que é usual fazer-se numa praia, jogos de água, de bola, leitura de jornal, descanso ao sol. Mas pelo facto de não haver sol, tudo deixa de ter sentido. As pessoas e o espaço negro são uma incógnita. A incerteza, o medo do escuro, da noite e do desconhecido instalam-se no espectador.

Não vemos uma cara, uma expressão sequer, que nos guie para uma explicação, para uma

chave do mistério. Vemo-nos perante desconhecidos, estão ali a divertir-se, alguns a descansar. O flash revela-nos qualquer coisa, que está a decorrer no escuro, uma vista repentina que desaparece de imediato. Percebemos que depois tudo continua, depois do flash o preto, o contínuo do escuro.

Poderemos estar a ver uma cena de um filme? Ou qualquer coisa que se passa num sonho? Inquietos, pressentimos que vai passar-se qualquer coisa mais, algo de inesperado, alguma catástrofe? Porque, embora estejamos perante uma fracção de segundo, sentimos nestas imagens a continuidade do tempo. O flash surge para nos revelar um sonho.
E de repente fez-se luz …

Luís Pavão – Setembro 2005, Lisboa.

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