Nesta que é a sua primeira exposição individual na Galeria das Salgadeiras, Martinho Costa apresenta um conjunto de pinturas que nos remetem para situações de ócio, em pleno estio e rodeadas de uma cor imensa, onde o claro e o escuro mais que resgatados de uma realidade (supostamente) aqui representada, constituem mecanismos de acentuar um mistério à narrativa. Partindo das suas próprias imagens, é no atelier que Martinho Costa reverte, subverte, inverte esse tal “real”, atentando a alguns detalhes da cena, da paisagem, de um qualquer movimento de onde pode partir uma nova história, desconstruindo o que a imagem original nos diria. Há um deambular pelo território, perscrutando o que o rodeia, uma acção que se reflecte na tela: o que desencadeia o interesse de Martinho Costa? Vamos à procura, sabendo que, qual «motor de busca», aquilo que nos é indiciado revela desde sempre uma subjectividade. — Ana Matos, in folha de sala.
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