Nesta que é a sua primeira exposição em Portugal e consiste numa apresentação de vários temas recorrentes do artista Juan Mar: homenagem a Federico Garcia Lorca e a Reinaldo Arenas, variações da Guernica e os “ninõs robados”. Em qualquer um destes temas existe, pelo menos, um aspecto em comum: o “olhar que [Juan Mar] herdou do Expressionismo esse mesmo que trouxe novamente o drama do homem à obra plástica”, como nos diz José Saramago no prefácio do catálogo.
É justamente este drama do homem que Juan Mar representa nas suas obras, chamando a (nossa) atenção
para os deveres e direitos do Homem: o dever de respeitar o outro e o direito à liberdade. Conceitos tão simples que ajudariam a melhorar o mundo em que vivemos, pondo fim a uma desigualdade cada vez maior entre ricos e pobres. Pondo fim à discriminação a que os homossexuais (ainda) estão sujeitos. Pondo fim a uma série de injustiças que todos os dias assistimos com uma apatia e dormência que não existe, de certo, em Juan Mar. Afinal de contas, bastaria que respeitássemos, de facto, a Carta das Nações Unidas: “não fazer distinção por motivos de raça, sexo, idioma ou religião”.