O conjunto de 16 fotografias que Cláudio Garrudo apresenta nesta exposição retratam-nos situações diversas que ocorrem em locais de passagem, efémeros, casuais. Os espaços temporariamente privados, de hotéis, pensões, são palcos de encontros ou desencontros, de momentos de comunhão ou solidão. Aquilo que interessa a Cláudio Garrudo registar são esses espaços depois de “habitados”, como permanecem no momento seguinte. Que terá acontecido? O que resta? Que resultará deste encontro? O que se terá vivido? Ou o que terá acabado? Estas são algumas das questões que poderão ser colocadas, num misto de contemplação e provocação.
Num gesto de quase voyerismo resta-nos espreitar pela fechadura e encontrar um novo fim destas histórias suspensas. O espectador é assim chamado a participar neste jogo de esconde-mostra, cabendo a cada um a decisão de entrar neste jogo. Como refere Harold Rosenberg: «A arte é uma actividade que procura como resultado não um objecto, mas uma força que age sobre o espectador – mesmo quando o faz com rumores.»