«O SECRETO PODER DA ÁGUA DE MIL ÁGUAS»
A partir de Arquimedes e do seu Princípio, António Mega Ferreira escreveu o «secreto poder da água de mil águas» que intitula a proposta curatorial que apresentamos na ARCOlisboa 2025.
A esse fenómeno que eleva os balões de ar quente ou que sustenta os corpos na água, juntemos os papéis que Rui Soares Costa deposita no rio Tejo e os de Rita Gaspar Vieira que em estado liquido são vertidos no chão onde se encontram tampas de saneamento. Ambos os processos, ainda que em sentidos contrários — desfazer/fazer —, ou talvez não tão opostos quanto isso, abordam, por um lado, a questão formal do papel e da água, da sustentabilidade e do aproveitamento de recursos, e, por outro lado, de como o devir da água, e consequentemente do tempo, é registado neste suporte. Desenhos feitos com água em que se recorre ao chão ou ao rio como repositórios de memória e como suportes do processo criativo.