Nesta exposição, Helena Gonçalves apresenta um conjunto de fotografias de longa exposição, captadas à noite, com recurso a um foco de luz dura através do qual a artista vai revelando os cenários e os elementos, sejam eles pessoas ou a própria Natureza, que constituem a acção. A luz, o tempo, o movimento dos corpos num cenário, o que é revelado e o que se esconde na imensidão do negro são questões que Helena Gonçalves tem vindo a explorar desde 2003.
Em “Fogo e Água” Helena Gonçalves apresenta-nos duas séries de fotografias. Em “Fogo” a artista apresenta-nos uma realidade devastada pelos incêndios, sem pessoas ou qualquer outro elemento encenado, e onde podemos observar a tímida re-florestação da Serra de Monchique ao longo de doze meses, após os incêndios de 2004.
Em “Água”, o objecto de cada fotografia é parcialmente revelado e consiste apenas em fragmentos que escondem a realidade de um todo. A ausência do resto do cenário cria, para o observador, pontos de fuga ao imaginário que ficcionam o próprio ambiente pictórico.
Em ambas as séries e que como refere Luís Pavão no catálogo desta exposição: “A incerteza, o medo do escuro, da noite e do desconhecido instalam-se no espectador” e enquanto que em “Fogo” esta inquietação é acalmada pela força da Natureza, em “Água” é o Sonho para onde somos transportados.
“Fogo e Água” surge no seguimento de uma parceria, iniciada em 2005, entre a Galeria das Salgadeiras e o Centro José Saramago em Castril, com o apoio da Universidade de Granada, da Consejería de Cultura de la Junta de Andalucía e da Diputación de Granada.