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“La ventana es horizonte” de Eva Díez no Centro Can Basté, em Barcelona

De 4 de Abril a 12 de Maio, “La ventana es horizonte” de Eva Díez estará patente na Sala Cava, do Centro Can Basté, em Barcelona.

A exposição, com a curadoria de Ana Matos, apresenta pela primeira vez “Renacer” e “Lugar de Ausencia” em torno na narrativa e do simbolismo da janela.

Refere Ana Matos, na Folha de Sala:
“«A janela é horizonte» é o nome da exposição individual de Eva Díez, integrada no Festival Art Photo Bcn, num “site-specific” para a Sala Cava no Centro Can Basté. Partindo do forte protagonismo que a janela ocupa neste espaço expositivo, uma espécie de claraboia, metáfora para a luz que ensejamos entre nas nossas vidas, como sinal de clarividência, lucidez no entendimento do mundo em que vivemos, congregam-se, assim, duas séries desta artista. Pela primeira vez, “Renacer” e “Lugar de Ausencia” partilham o mesmo “habitat” expositivo, da escuridão de uma à luminosidade de outra. Eva Díez prossegue com o seu trabalho artístico cujo elemento nuclear é a Casa, símbolo do ser humano e da sua relação com o Outro e com o meio que está em seu entorno.


Tendo a janela como horizonte, foi a Sala Cava dividida em dois eixos que se relacionam num diálogo frontal, casa a casa, que o discurso expositivo sugere. De um lado, “Renacer”, com as suas casas desabitadas, abandonadas numa paisagem, também ela despida da presença humana, numa poética sublime entre a nostalgia do abandono e mistério do desconhecido que se convida a descobrir. A iluminação artificial reforça o lado cénico e teatral, ao mesmo tempo que devolve a estes locais o seu próprio sentido: o de existirem para serem vividos. A luz, símbolo de energia e também de verdade, invade estas ruínas, recupera as suas memórias, habita nestas casas, dando-lhes, assim, uma outra vida. Do outro, “Lugar de Ausencia” no qual Eva Díez concebeu uma casa na sua forma mais primitiva, usando o espelho, um material que, como a própria artista refere, “à semelhança do vazio, não contém nada e contém todo o universo”. Eva Díez instala esta “sua” casa en lugares sem a presença humana, e onde a paisagem, em todo o seu esplendor e plenitude, se vê aí reflectida. São “lugares de ausência” que se enchem de vida com este gesto, “um vazio pleno, um silêncio cheio, o que parecendo antagónico, nos mostra como estas imagens estão repletas de simbolismo e refletem um voltar às origens, à natureza e ao tempo que urge abrandar.” [Cláudio Garrudo, in “Um Vazio Pleno”, 2019]


Escuridão e luminosidade. Ilusão e verdade. Dois (possíveis) lados de uma fronteira conceptual que, aqui, se representa nesta janela que parece acolher Damiel e Cassiel de “As asas do desejo” [Wim Wenders, 1987], nesse vagar poético de quem sabe “que nunca é o que se vê quando se abre uma janela” [Alberto Caeiro / Fernando Pessoa, 1925].”

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