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Diverso

“Grey Circle” de Ana Matos, publicado na Revista Umbigo de Outubro de 2012

Grey Circle – Uma reflexão para um modelo de galeria de arte para o século XXI


Ou como o Quadrado Negro de Malevich continua a rodar…


Recuemos à União Soviética do início do século XX e ao Movimento Suprematista de Malevich como uma parábola para a reflexão que, no meu entender, se impõe ao actual modelo de galeria contemporânea de arte contemporânea. O modelo Grey Circle surge no contexto desta reflexão como uma possível alternativa aos cânones e modelos tradicionais, em e como resposta à sociedade do século XXI, fortemente marcada por diferentes formas de comunicação, de transmissão de conhecimento, e de partilha de experiências, às quais a prática e actividades artísticas não poderão ser indiferentes.


Estávamos em 1915 quando o pintor russo apresentou o seu “Quadrado Negro” no qual, segundo o próprio, atingiu o “zero das formas” em direcção “ao abismo branco”. Para Malevich o quadrado, a par do círculo, representavam as formas fundamentais, já que, e aí reside a base da analogia aqui proposta, o quadrado ao rodar transforma-se numa figura circular. O Manifesto Suprematista possuía um forte cariz político e filosófico, enunciando alguns aspectos que, para este propósito, me parecem pertinentes recuperar. A supremacia do sentimento, a capacidade de sintetizar uma obra de arte num reduzido número de formas e cromatismos, as acepções modernistas de tempo e de espaço, a colocação da obra num espaço dedicado aos ícones da cultura russa, a expansão da obra para o seu espaço expositivo e envolvente, o diálogo que Malevich pretendia suscitar com o Outro.


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